Devocional Diário - Descobertas da fé
O SEGREDO DE PAULO
Porque, quando sou fraco, então é que sou forte. 2 Coríntios 12:10
Certa vez, estudando a vida de Paulo, deparei-me com algo que chamou minha atenção. Ele se converteu no ano 35 d.C., mas sua primeira viagem missionária foi apenas em 47 ou 48 d.C., aproximadamente 13 anos depois. Por que essa espera tão longa?
De acordo com a Bíblia, Paulo, que então se chamava Saulo, foi para Damasco após sua conversão, seguiu para a Arábia, retornou a Damasco e, então, chegou a Jerusalém com o propósito de conhecer Pedro. Nesse momento, já haviam se passado três anos de sua conversão, tempo suficiente para que se preparasse espiritualmente, revisasse as Escrituras e deixasse seu passado para trás.
No entanto, aqui começam as decepções. Primeiramente com os judeus de Jerusalém, pois Paulo pensava que eles fossem aceitar Jesus como o Messias, assim como aconteceu com ele. A resposta que obteve foram ameaças de morte. Depois, veio a decepção com a igreja. De acordo com Atos 9:25, seus novos irmãos em Cristo tinham medo dele e, por isso, o tratavam com desconfiança, algo que certamente o feria.
Foi difícil até para Barnabé levá-lo aos apóstolos e, ao que parece, ele só se encontrou com Pedro e Tiago (Gl 1:18, 19). Uma recepção cordial, diria eu, mas cercada de desconfiança e questionamentos. Imagino Paulo falando com os dois, cheio de entusiasmo, enquanto eles permaneciam estáticos, nutrindo dúvidas, pensando se tudo aquilo seria verdade.
Impossibilitado de continuar ali devido ao tumulto que sua presença causava, ele foi para Tarso, sua cidade natal, e lá permaneceu até ser chamado como auxiliar de Barnabé em um projeto missionário. “Auxiliar!” Justamente ele, que possuía mais conhecimento que todos os demais.
Como você reagiria se fosse colocado na “geladeira” como aconteceu com Paulo? Não descarto que talvez ele tenha evangelizado pessoas enquanto estava na Cilícia, porém, sabendo do seu potencial, era como se colocássemos um campeão de Fórmula 1 para ser instrutor de autoescola. Mas é justamente esse o segredo: para ser grande na causa do evangelho, é preciso começar pequeno e aceitar com nobreza o posto mais humilde onde Deus nos colocar. Não é por menos que “Paulo” quer dizer “o pequeno”. Este era seu segredo: aceitar ser pequeno aos olhos de Deus.
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