Devocional Diário - Descobertas da fé
30 de janeiroO ARGUMENTO DE DEUS
Havia um homem na terra de Uz cujo nome era Jó. Este homem era íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do mal. Jó 1:1
A história de Jó, longe de ser uma aposta entre Deus e o diabo, é uma disputa jurídica do bem contra o mal. Após descrever a fidelidade do patriarca, a Bíblia diz que os filhos de Deus, isto é, os seres celestiais, vieram apresentar-se diante do Senhor. A cena lembra as audiências entre reis e vassalos no Antigo Oriente Médio. Alguns versículos sugerem Deus governando o Universo através de representantes (Sl 29:1; 89:6-9).
Então Satanás surge como um intruso e, no original hebraico, ele aparece como “opositor legal” que reivindica o direito de representar a Terra. A forma como Deus indaga “De onde você vem?” e a resposta de Satanás “De rodear a Terra e passear por ela” sugerem um diálogo do tipo: “Você não tem o direito moral de estar aqui”, ao que o outro responde: “Mas tenho o direito legal, pois recebi o controle do mundo.”
“Rodear e passear” é uma expressão quase semelhante à de Davi andando em seu palácio (2Sm 11:2), de Deus passeando pelo jardim (Gn 3:8) ou de Jesus entre os castiçais de ouro (Ap 1:13). Em 2 Samuel 24:8, representantes do rei andam pela terra para levantar o censo, e, em Jeremias 5:1, emissários andam pelas ruas averiguando a lealdade do povo.
Os atos da humanidade faziam supor que o mundo pertencia ao diabo, o que lhe dava o direito de estar ali. Porém, a resposta de Deus “Você reparou no Meu servo Jó?” desmentia isso. Chamar Jó de “servo” significava que Deus ainda era o rei. Não basta a Satanás ter a maioria; se houvesse ao menos um que negasse seu governo, ele não poderia impedir Cristo de salvar o planeta, pois, nesse caso, Deus não seria um intruso, e sim um socorrista atendendo ao pedido de resgate.
O conflito de Jó possuía, portanto, dimensões cósmicas que afetavam até a percepção dos anjos. Ele era o argumento jurídico de Deus, por isso era necessário mostrar que o Senhor não havia comprado sua fidelidade. Jó amava a Deus e tinha o direito de Lhe pedir socorro. O mundo poderia estar legalmente nas mãos de Satanás, mas a recuperação judicial estava a caminho. O diabo sabia disso, daí tamanho ódio contra Jó e todos que se opõem ao seu domínio.
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