Devocional Diário - Descobertas da fé
22 de janeiroÉTICA OU ESTÉTICA?
Ai deles! Porque seguiram o mesmo caminho de Caim. Judas 11
Existem cinco ramos da filosofia tradicionalmente aceitos: metafísica, epistemologia, política, ética e estética. Cada ramo responde a perguntas específicas que têm um impacto profundo em nossa vida, e suas respostas podem fornecer diferentes soluções para um mesmo dilema.
Gostaria de me concentrar especificamente na ética e na estética, consideradas primas-irmãs e, por vezes, até confundidas. A estética se preocupa com o belo como forma de eliminar traços de feiura, enquanto a ética, embora não se oponha a isso, coloca essas questões em segundo plano. Sua prioridade é distinguir o certo do errado na tomada de decisões.
Vamos analisar um exemplo: Pedro ama o sorriso de sua filhinha Sara. Nada lhe agrada mais do que vê-la sorrindo. Da mesma forma, vê-la chorando lhe causa repulsa. Isso é estética, e não há nada de errado com o sentimento dele. No entanto, um dia Sara faz birra para não obedecer à mãe e começa a chorar querendo doce. A desobediência e como lidar com ela são questões éticas.
Imagine, porém, que Pedro, priorizando a estética sobre a ética, dê o doce escondido para a menina apenas para que ela pare de chorar e volte a sorrir. Ele estaria certo? Claro que não. Ele estaria colocando o belo acima do que é correto.
Esse foi o erro de Caim quando trouxe sua oferta perante o Senhor. Por motivos egoístas e estéticos, ele preferiu um belo altar com frutos do campo ao altar ensanguentado que certamente seria mais feio. E era mesmo. Tive a oportunidade de presenciar na Jordânia o sacrifício de cordeiros em um ritual muçulmano e posso garantir que não havia nada de belo naquilo.
Meu lado estético entende a escolha de Caim, mas meu lado ético não pode justificá-la. Ele fez o que era bonito, mas não o que era correto. Talvez esse seja o grande dilema litúrgico atualmente: fazer um culto tão “descolado” que leve o adorador a se esquecer do verdadeiro motivo da adoração. Igreja não tem palco, tem púlpito; não tem plateia, tem congregação; não tem artistas, tem ministros. Não há nada de errado com o belo nem com a adequação litúrgica, desde que isso não anule o que é correto perante Deus. Adoração é coisa séria. Não caiamos no erro de Caim.
https://mais.cpb.com.br/meditacao/etica-ou-estetica/
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