segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Mundo líquido

 Devocional Diário

Vislumbres da eternidade
12 de agosto
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Mundo líquido

E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2


Foi lá pelos anos 1980, quando comecei a entender o que implicava para muita gente essa coisa de passar da Era de Peixes para a Era de Aquário. O que parecia simplesmente uma lembrança dos anos 1960 e do movimento hippie foi ganhando força até chegar no que hoje geralmente se chama “Nova Era”. Entre as leituras de Marilyn Ferguson (A Conspiração Aquariana) e as de Zygmunt Bauman (Modernidade Líquida), pude visualizar a fluidez de nosso entorno e a habitual leveza de nosso ser: flutuamos em um mundo líquido.

O que isso quer dizer? Quer dizer que antes sabíamos onde estávamos, porque nossa sociedade tinha as margens estabelecidas. Por exemplo, um casal sabia que depois da amizade vinha o namoro e então o noivado, o casamento e a formação de uma família. Hoje, um casal não saberia diferenciar o estado em que se encontra: Seria a amizade com direito a certos “privilégios” como o namoro de antes ou como o casamento? Quanto dura o casamento? E o amor? Tudo está muito mais difuso, menos sólido, ou seja: líquido.

Já dizia o Apocalipse no final de sua projeção sobre as diferentes etapas do cristianismo (as sete igrejas): “Conheço as obras que você realiza, que você não é nem frio nem quente. Quem dera você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, e não é nem quente nem frio, estou a ponto de vomitá-lo da Minha boca. Você diz: ‘Sou rico, estou bem de vida e não preciso de nada.’ Mas você não sabe que é infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3:15-17).

O cristianismo tem vivido tempos difíceis. Quente, quando foi perseguido. Frio, quando foi perseguidor. Agora, não é isso nem aquilo. Encontra-se no meio de uma situação difícil de classificar. Embora seja patrimônio dos povos, a religião está divorciada da vida cotidiana. “Crer” já não se enquadra em um sistema doutrinário, mas na opinião. Infelizmente, essa situação anômala é muito atraente para uma multidão de cristãos.

Esta é a hora de voltarmos para as Escrituras e refletirmos sobre o conselho de Paulo, pois não podemos nos conformar com este mundo. É necessário ter compromisso para que nosso ideal seja claro. É necessário que sejamos o que temos que ser.

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