sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Mateus 3 - Comentário

  Lendo a Bíblia de Gênesis a Apocalipse

Leitura Bíblica – Mateus 3

Comentário: Pr. Heber Toth Armí


MATEUS 3 – O livro de Mateus é distintamente judaico em seu enfoque; o escritor tinha os judeus como público-alvo. Isso se reflete nas muitas referências e menções da Torá, estabelecendo uma conexão com as Escrituras Hebraicas que os leitores tinham familiaridade.

Mateus 1 inicia com a genealogia de Jesus, prática comum no Antigo Testamento. Esta genealogia, que traça a linhagem de Jesus desde Abraão até Davi, e de Davi até o exílio na Babilônia e, finalmente, até José, o esposo de Maria, é uma forma de estabelecer a legitimidade messiânica de Jesus. Ao conectar Jesus diretamente a Abraão e Davi, Mateus está fazendo uma declaração teológica poderosa sobre a identidade de Jesus como cumprimento das promessas feitas a Abraão (Genesis 12:3) e Davi (II Samuel 7:12-16).

• Há um propósito duplo em Mateus 1: primeiro, estabelecer a conexão de Jesus com a história e a fé judaica; segundo, demonstrar que Jesus é o herdeiro legítimo das promessas messiânicas.

Mateus 2 continua a estabelecer a identidade messiânica de Jesus, agora através de eventos que cumprem profecias específicas da Torá. A narrativa do Seu nascimento em Belém ecoa a profecia de Miquéias 5:2, que Mateus cita diretamente (Mateus 2:6). A fuga ao Egito e o subsequente retorno após ouvir sobre a morte de Herodes também são apresentados como cumprimento das Escrituras, referenciando Oseias 11:1 – “Do Egito chamei o Meu Filho”. Além disso, Mateus relaciona a matança dos inocentes por Herodes, a Raquel chorando por seus filhos (Mateus 2:18; Jeremias 31:15).

• Com estas conexões, Mateus está revelando aos judeus que os eventos ao redor do nascimento de Jesus não são apenas históricos, eles estão enraizados na revelação divina.

Mateus 3 introduz João Batista, cuja missão é preparar o caminho ao Messias. Ele é apresentado como cumprimento de Isaías 40:3 – “Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor...” (Mateus 3:3). Tal citação valida a autoridade do Batista, como também contextualiza o ministério de Cristo profetizado. Além disso, a voz dos Céus, no batismo de Jesus, declarando: “Este é o Meu Filho Amado, de Quem Me agrado” ecoa Salmo 2:7 e Isaías 42:1, garantido que Jesus é o Messias prometido.

Mateus estabelece um fundamento sólido que une a Antiga e a Nova Aliança. Reavivemo-nos nas Escrituras! – Heber Toth Armí.

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