Devocional Diário
Marca de identidadeNinguém duvida dos benefícios higiênicos da circuncisão, mas esse símbolo bíblico tinha um significado muito mais profundo: ele identificava o povo de Deus. Era uma marca na pele daquele que a possuía e o assinalava como participante de uma aliança, uma religião. É interessante observar que o Senhor não exigiu um sinal que todos pudessem ver, mas um sinal limitado ao espaço íntimo. Enquanto em outras religiões o sinal é visível, o hebreu tinha um sinal escondido. O homem circuncidado se considerava participante de um pacto, mas vivia essa experiência intimamente.
Com o tempo, o símbolo se converteu em rito; o significado se transformou em uma simples forma. Conheciam-se a mecânica, as precauções, os cuidados, mas haviam se esquecido da razão: um vínculo de comunhão entre Deus e a pessoa. É por isso que, em Deuteronômio 10:16, levanta-se a questão do símbolo: “Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos.” Não era mais uma questão de pele, mas de aliança verdadeira, de deixar de lado as paixões e os desejos humanos.
É comum o ser humano passar a viver sua religião segundo rituais, pois nos encontramos em tempo e lugares concretos. Mas será que esses rituais refletem uma relação de proximidade com Deus? São elas um sinal ou simplesmente uma cicatriz religiosa? Será que esses rituais ou formas nos permitem ter uma confiança maior em nosso Senhor? Se eles tiverem perdido o sentido, não duvide, elimine as coisas extras que há em seu coração e volte para a pureza e a sensibilidade da verdadeira religião. Lute intensamente para encontrar a razão de uma comunhão de verdade, uma relação que o identifique e que surja do mais profundo do seu ser. Lembre-se sempre de que a religião deixa de ser religião quando não vem acompanhada de relacionamento. E o relacionamento com Deus é tudo, uma vez que ele vincula e vivifica.
Jostein Gaarder, escritor norueguês, disse: “Talvez não exista uma intimidade maior do que a de dois olhares que se encontram com firmeza e determinação, e simplesmente recusam se desviar.” Olhemos para Deus face a face e, com determinação, digamos: “Aqui está o meu coração. Ele é Teu!”
Vislumbres da eternidade
16 de março
https://mais.cpb.com.br/meditacao/marca-de-identidade/
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