domingo, 30 de abril de 2023

Jó 36 Comentário

  Lendo a Bíblia de Gênesis a Apocalipse

Leitura Bíblica – Jó 36
Comentário: Pr. Heber Toth Armí


JÓ 36 – Embora possamos não entender as razões pelas quais enfrentamos situações complexas, difíceis e dolorosas, Deus tem planos perfeitos e não desperdiça oportunidade para ensinar-nos preciosas e valiosas lições, que enriquecem a vida e a fé.

Até a presença de Eliú teve seu valor no relato inspirado. Sua “aparição é marcada por uma ascendência ilustre que, possivelmente, o liga a Abraão (Buz era sobrinho de Abraão; Gn 22:21) e até mesmo faz dele um antepassado de Davi (Rão era antepassado de Davi; Rt 4:19). Diferente dos três amigos de Jó, que eram edomitas, Eliú era definitivamente um hebreu. Por isso, ele começou o seu discurso afirmando que havia recebido inspiração divina direta (Jó 32:6-10) que, finalmente, o levou a falar contra os homens mais velhos e, presumivelmente, mais sábios (Jó 32:11-22)”. Todavia, em Jó 35 e 36, ele retrata “uma imagem sombria de Deus, descrevendo-O como um Ser distante, muito longe da esfera humana e sem nenhum interesse na vida individual da humanidade”, informa Clifford Goldstein.

Isso explica porque Eliú forneceu “uma última defesa do Senhor, personificando e ampliando as crenças teológicas do grupo” (Paul House).

Da perspectiva de John Hartley, Eliú ofereceu quatro pontos fundamentais:

1. O sofrimento pode ser uma medida disciplinar visando salvar Jó de um destino pior (33:19-33).
2. Jó não deveria questionar ou culpar Deus (34:5-9).
3. Deus governa de forma justa (34:10-30).
4. Jó deveria prestar atenção aos ensinamentos de Deus e meditar sobre Seus propósitos (36:5-37:24).

Como os cinco sábios desconheciam que “Jó foi apanhado no meio de um desafio celestial” (Jó 1 e 2), era impossível acertar em suas afirmações. Mesmo que Eliú estivesse abordando a pedagogia do sofrimento (Jó 36:1-23) e a majestade de Deus (Jó 36:24-33), ainda estava limitado desprovido da informação dos dois primeiros capítulos do livro de Jó. Conquanto, “embora Eliú introduza algum elemento novo, enfatizando a natureza instrutiva do sofrimento, ele pouco defende ou altera radicalmente a perspectiva dos demais amigos”. Desta forma, “como os outros, ele não admite, na sua teologia, um Deus que permite que o íntegro, o puro [Jó 1:1-5], sofra”, salientou House.

Limitados como Eliú, corremos riscos de aderir a seus conceitos; entretanto, Deus almeja ampliar nossa compreensão através do estudo do livro de Jó. Reavivemo-nos! – Heber Toth Armí.
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