O FUGITIVO
Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a Ti a minha oração, no Teu santo templo. Jonas 2:7
Uma longa sequência de paradoxos assinala a experiência de Jonas. Ele era um profeta de Deus, mas fugiu da presença do Senhor. Foi lançado no mar enfurecido, mas não se afogou. Pregou o arrependimento, mas ficou irado quando o povo se arrependeu. Foi o único profeta a ser especialmente enviado aos pagãos. Seu livro não faz menção alguma do povo escolhido de Israel, o que constitui uma repreensão para os israelitas, que tinham tantos profetas mas não lhes davam atenção.
Jonas achava que os pagãos não mereciam ser salvos. Você conhece alguém que pensa assim hoje? Já ouvi alguma pessoa dizer: “Por que se preocupar com os habitantes de além-mar? Há bastante trabalho a ser feito em nosso próprio país.” Naturalmente há muito que fazer em nosso país, assim como Jonas poderia ter encontrado numerosas oportunidades para pregar na própria terra de Israel. Mas há também uma obra a ser realizada no exterior. O importante é estar disposto a efetuar a obra de Deus onde quer que Ele indicar.
Jonas fugiu numa direção, mas Deus recomendou que ele fosse em outra. Sua viagem foi dispendiosa, tanto em valores materiais como humanos. O preço de sua passagem não foi pequeno; sua rebelião custou aos proprietários do navio a carga que transportavam. Houve também o trauma da tripulação. O pecado é uma alternativa muito cara. A obstinação de Jonas também desonrou a Deus. Isso sempre acontece quando negamos nossa fé.
Jonas achou abrigo no ventre de um grande peixe. Nesse lugar estranho, ele encontrou a Deus. O Senhor o impeliu para lá? Não, mas o seguiu. Deus não obriga ninguém a cair em dificuldades. Ele às vezes permite que elas ocorram para promover Seu propósito universal. Porém, na maioria das vezes somos os únicos responsáveis por essas situações desagradáveis.
A experiência de Jonas se tornou uma bênção para ele e para os ninivitas. Jesus a usou como lição prática. Às vezes, nossas tribulações podem ajudar pessoas que não conhecemos. No entanto, isso só será possível se confiarmos em Deus e cooperarmos com Ele.
Raymond H. Woolsey, 21/1/1979
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