Meditação Diária
Segunda-feira, 30 de agosto
BARULHOS
Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus. Salmo 46:10
Imagine que você seja um amante da natureza. Você pega o carro e resolve dar um passeio tranquilo pela orla ou pelas montanhas. Dirigindo devagar, você liga o som e começa a ouvir sua canção preferida, enquanto aprecia a paisagem paradisíaca e o pôr do sol espetacular. A música transporta você para outro mundo. A experiência transcendental desperta sentimentos de amor e paz.
Agora imagine que você seja um piloto de Fórmula 1. Você vai para Interlagos, entra na pista, liga o som e começa a acelerar: 100, 150, 180, 200, 230, 280, 300 quilômetros por hora… O carro é potente, e o motor faz um barulho ensurdecedor. Você não está apenas correndo por prazer, mas competindo com outros pilotos. A atividade exige concentração total.
Em qual dessas situações você acha que é mais fácil acompanhar a mensagem da música? Nem precisa dizer, não é? Assim como a velocidade e os ruídos impedem a apreciação da música, a correria e os barulhos da vida nos atrapalham de ouvir a voz de Deus.
Hoje, infelizmente, as pessoas vivem em constante corrida. A aceleração não começou no século 21. Ela vem ocorrendo há muito tempo. Vários historiadores têm debatido a questão da aceleração da história. Em 1948, o historiador francês Daniel Halévy já chamava a atenção para o fenômeno. Porém, é óbvio que o ritmo está cada vez mais acelerado. As pessoas hoje têm a sensação de que o tempo passa mais rápido. O relógio não mudou, mas a sensação mudou. Ao tentar ganhar tempo, temos a sensação de perdê-lo.
Além da velocidade, vivemos em uma sociedade barulhenta. Na cultura ocidental, a extroversão é bastante valorizada, ao contrário do que ocorre em algumas culturas orientais, que preferem um estilo mais introvertido e discreto. A jornada interior cedeu espaço para a festa exterior. Como observou o historiador da cultura Warren Susman, a valorização do caráter deu lugar ao culto à personalidade.
O ritmo calmo é importante especialmente na vida espiritual. Quanto mais rápido corremos e mais longe estamos de uma pessoa, mais difícil é ouvir sua voz, ainda que seja um grito. Para ouvir a voz de Deus, é necessário diminuir o ritmo, aquietar-se e permanecer perto Dele. “Quando todas as outras vozes silenciam e em sossego esperamos perante Ele, o silêncio da alma torna mais distinta a voz de Deus”, diz Ellen White (O Desejado de Todas as Nações, p. 286).
Se você tem vivido na correria, reduza a velocidade para perceber melhor a voz divina. E, caso esteja tentando distinguir os sons celestiais em meio a um mundo em constante barulho, experimente o silêncio.
Marcos De Benedicto, 25/2/2016
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