MEDITAÇÃO DIÁRIA
12 de Junho, Sábado
Seguidores do “caminho”
Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. Lucas 10:33
A viagem mais radical que cada ser humano pode fazer é a libertação do eu. Começamos a jornada ainda bebês. A criança recém-nascida é o centro de seu universo. Crescer é a lenta descoberta de que outros existem, e que não vivem apenas para nos servir ou fazer nossa vontade. Tornamo-nos plenamente humanos à medida que aprendemos a ceder o centro para outros. Realmente, este é nosso maior desafio: aprender a deixar de ser o centro do mundo. Embora essa seja uma verdade conhecida, ela é muito difícil de ser praticada. Deixar de ser o centro dói. Gostamos de fechar os olhos e o coração para os outros, como se eles não existissem. Preferimos não enxergar aquilo que nos cerca se isso exige esquecimento de nós.
Parece que deixar de ser o centro é ainda mais difícil hoje, em nossa sociedade individualista. Em um seminário teológico em Nova York, foi solicitado que os alunos preparassem um sermão sobre a parábola do bom samaritano. Depois, deveriam se dirigir para um estúdio que ficava a algumas quadras de distância. Lá gravariam seu sermão. O professor pediu a um dos alunos que se disfarçasse de mendigo, faminto e machucado, e ficasse no caminho por onde os outros haveriam de passar. Curiosamente, 80% dos estudantes que haviam preparado o sermão sobre o bom samaritano passaram “de largo”, sem qualquer atenção ao necessitado. Eles tinham estudado a parábola como composição literária, mas sem qualquer relação com a vida real.
Ser o “samaritano” é correr o risco. Na parábola de Jesus, o samaritano havia se preparado para a viagem com provisão e dinheiro necessários para seu uso. No caminho, entretanto, tudo isso foi usado para um fim que ele não havia planejado. A compaixão do samaritano transformou seus planos. Com raras exceções, nossos planos são mesquinhos e gravitam ao redor do próprio umbigo. Tornar-se um discípulo de Jesus é ceder o centro para Ele e segui-Lo em serviço.
Curiosamente, a palavra que Lucas usa para “viagem”, na parábola, é o termo grego hodos, o mesmo que ele emprega no livro de Atos para a fé cristã, o “Caminho” (At 19:9; 22:4; 24:14, 22). A jornada cristã identifica-se realmente com o Caminho, em abnegação, o que revela nossa verdadeira compreensão de Deus.
Amin A. Rodor, 8/12/2014
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