MEDITAÇÃO DIÁRIA
Terça-feira, 12 de janeiro
Quem é o meu próximo?
Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Lucas 10:36
Em resposta à pergunta do doutor da lei, Jesus contou a parábola do bom samaritano. Se perguntarmos “quem é o meu próximo?”, claramente estamos indicando que deve haver aqueles que não são considerados próximos. Com essa pergunta, o escriba requeria uma regra para a discriminação. Mas Jesus não lhe ofereceu isso.
Jesus respondeu com uma história: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores” (Lc 10:30). Semimorto e coberto de sangue, é impossível identificá-lo. Quem é ele? Qual seria seu nome e profissão? Seria rico ou pobre? Era filho de quem? Judeu ou samaritano? Essas são perguntas que gostamos de fazer. Jesus, porém, não Se preocupa com esses detalhes. O homem estava inteiramente nas mãos “do outro”. Por ali passaram um sacerdote e um levita, depois das atividades religiosas no templo, em Jerusalém. Viram o homem em necessidade, mas seguiram adiante. Na sequência, poderíamos esperar que o herói fosse um leigo israelita. Jesus, contudo, introduz uma figura completamente inesperada: um samaritano. Em Seus dias, os samaritanos não eram vistos como bons.
Esse é o único “não religioso” da história. Com isso, Jesus desfere um poderoso golpe em todo preconceito e complexo de superioridade. A ação do samaritano é a perfeita representação do amor ao próximo. “Compadeceu-se dele” (Lc 10:33). Utilizou as provisões de sua viagem para servir ao desconhecido. Levou-o para uma estalagem, “tratou dele” (Lc 10:34) e prometeu cobrir gastos adicionais. Note, então, a pergunta: “Qual dos três foi o próximo?” Você percebe o que Jesus está dizendo? O próximo não é o que recebe a ação, mas aquele que a pratica. O sacerdote e o levita eram apenas personagens, encenando a religião. Segundo Jesus, nós não escolhemos quem é nosso próximo, apenas agimos ou não como tal. A questão fica definida para sempre.
“Qual dos três foi o próximo?” O mestre da lei evita mesmo pronunciar a desprezada palavra “samaritano” e utiliza uma evasiva: “O que agiu com misericórdia.” Ele recebeu a resposta não esperada: demonstre misericórdia mesmo aos inimigos, como o samaritano. E isso é possível apenas quando a vida é dominada pelo princípio do amor, a evidência de que conhecemos o segredo da vida eterna. Para o Senhor, a questão real não é “quem é o meu próximo?”, mas “quem sou eu?” Sou pessoa ou personagem?
Amin A. Rodor, 12/9/2014
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