MEDITAÇÃO DIÁRIA
12 de outubro
“No Passo Das Crianças”
Meu senhor, vai à frente de teu servo, e eu sigo atrás, devagar, no passo dos rebanhos e das crianças. Gênesis 33:14, NVI
O bem-estar das crianças é tema recorrente em reportagens e documentários na mídia. Contudo, em boa parte dos casos, a solução dos problemas relacionados a elas esbarra no egoísmo e no ódio prevalecentes no coração humano, que não dão espaço para que se pense nas crianças. Assim, os pequeninos inocentes acabam se tornando as grandes vítimas, deixando estampar o intenso sofrimento no semblante apavorado pela guerra, nos olhinhos que expressam o abatimento pela fome ou nos corpinhos seminus que tremem de frio. Muitas fogem com os pais em busca de lugares seguros onde possam recomeçar a vida. O trajeto é sofrido e, às vezes, interrompido pela morte.
Mais perto de nós, crianças também sofrem algum descaso e devem ser objeto de atenção especial por parte de toda a sociedade. Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves, recém-eleito presidente do Brasil, proferiu o discurso no qual disse: “Enquanto houver neste país um só homem sem pão, sem teto e sem letra, toda prosperidade será falsa.” Não erraríamos nem estaríamos exagerando se substituíssemos a expressão “um só homem” por “uma só criança”.
Um episódio no Antigo Testamento deixa-nos uma lição preciosa. Anos após sair de casa ameaçado por Esaú, Jacó foi orientado a voltar para seu antigo lar. Suas emoções eram intensas e temperadas pelo temor da vingança prometida pelo irmão. Providências foram tomadas para aplacar a ira e, depois de longa jornada, um abraço emocionado selou a reconciliação. Jacó chegou a dizer: “Ver a tua face é como contemplar a face de Deus” (Gn 33:10, NVI). Que lição para os desafetos de hoje!
Certamente, havia muito o que conversar e explicar, mas não o suficiente para que as crianças fossem esquecidas: “Meu senhor vai à frente, e eu vou atrás, no passo das crianças”, propôs Jacó. Primeiro elas; depois, nós.
Jesus Cristo exemplificou a priorização das crianças, ao tomá-las nos braços e abençoá-las (Mt 19:13, 14), contrariando os discípulos, esquecidos de que elas estavam incluídas no alcance da missão. Em outra ocasião, o Mestre apresentou a criança como modelo para os candidatos a súditos em Seu reino (Mt 18:1-3). Seria exagero dizer que os herdeiros do reino serão aqueles que andarem no passo da sinceridade, pureza, confiança, autenticidade, disposição para perdoar e humildade das crianças?
Meditações Matinais - De Coração a Coração, Zinaldo A. Santos
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