sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Sem Ressentimentos

MEDITAÇÃO DIÁRIA

 11 de setembro
Sem Ressentimentos

Atentando diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados. Hebreus 12:15

Observando-se a literatura sobre saúde, vemos que especialistas concordam com Cláudio Galeno, médico e filósofo nos tempos do Império Romano, em sua argumentação de que a maioria das doenças tem origem emocional. Especialistas já indicaram que o estado de espírito de uma pessoa pode contribuir para o desenvolvimento de neuroses, depressão e câncer. No entanto, para muitas, não é muito largo o fosso que separa afeto e fraternidade de ressentimento e amargura. Às vezes, para que o gatilho seja disparado, basta um empurrãozinho dado pela má interpretação de atitudes, palavras ditas sem o devido cuidado, expectativas não atendidas ou pretensões profissionais diante das quais alguém se sentiu preterido. Uma vez contraídos, ressentimento e amargura causam muito mal à fé individual e coletiva, bem como à saúde dos relacionamentos.

Uma história de ressentimento e amargura, no Antigo Testamento, lembranos a nocividade fatal resultante do hábito de nutrir sentimentos como esses. Coré, Datã e Abirão costumavam se reunir para mexericos e críticas contra a liderança de Moisés. O fogo da amargura se espalhou incendiando a comunidade, e eles, com as respectivas famílias, foram destruídos. No dia seguinte, outras pessoas culparam o líder por aquelas mortes, e a tragédia somou 14.700 mortos (Nm 16:24-35).

Nos dias apostólicos, Paulo preveniu os cristãos hebreus contra esse mal. Sua referência à “raiz de amargura” remete a Deuteronômio 29:18, onde se registra o conselho para que os israelitas evitassem a idolatria. Caso contrário, a germinação dessa “raiz” frutificaria em descontentamento, ceticismo, apostasia e impureza na comunidade. Entre os cristãos hebreus, havia aqueles para os quais a jornada cristã se afigurava muito penosa. Nesse clima, dúvidas, desconfiança e tendências desagregadoras teriam efeito negativo sobre todos. Com nossa natureza pecaminosa, sabemos que não estamos imunes.

Por isso, o conselho também é um lembrete a não permitirmos qualquer disposição para o mal, como ambição, cobiça, ira, malícia, inveja, desejo de retaliação contra qualquer pessoa. Disposição de perdoar o ofensor, amar o inimigo, vivenciar e promover a paz com todos (Rm 12:18) são marcas de quem aprendeu Daquele que é “manso e humilde de coração” (Mt 11:29). A permanência na graça nos possibilitará exemplificar isso hoje.

Meditações Matinais - De Coração a Coração, Zinaldo A. Santos

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