quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Atos 27 Comentários de Ron E. M. Clouzet

Reavivados por Sua Palavra

 Atos 27
 Ron E. M. Clouzet

Poderíamos nos perguntar do porquê de Lucas ter inserido tantos detalhes desta viagem de navio e seu naufrágio, em detrimento aos demais incidentes, presumivelmente mais significativos na vida de Paulo. Lucas utilizou 44 versos para contar esta história – fascinante, com certeza – enquanto que para o ministério em Icônio, Listra e Derbe foram apenas 28 versos, e para o ministério de 18 meses em Corinto foram apenas 17 versos.

Ellen White sugere que a razão para a longa descrição foi registrar como a tripulação e os presos do navio foram capazes de “testemunhar o poder de Deus através de Paulo e que os pagãos também pudessem ouvir do nome de Jesus” (Primeiros Escritos, p. 207). Paulo não estava indo para Roma da maneira que planejara inicialmente, mas Deus esteve com ele por todo o caminho, e isto se tornou claro para os incrédulos. Lucas, o médico amado, acompanhou o homem de Deus, porque a saúde de Paulo havia se deteriorado. No caso de Aristarco, estudiosos sugerem que a única maneira dele poder ter acompanhado Paulo em sua viagem a Roma, foi se houvesse se tornado um escravo de Paulo por sua própria escolha. Uma vez em Roma, Paulo refere-se a este amigo da Macedônia como seu companheiro de prisão (Col 4:10).

Paulo interveio quatro vezes durante a viagem. Sua primeira intervenção foi enquanto estavam ancorados em Bons Portos, na ilha de Creta. Ele foi contrário a navegar para Roma nas condições climáticas do inverno que havia começado. O problema era que o porto não era adequado para se atracar por lá durante o inverno. Uma vez que o navio transportava prisioneiros, o centurião que era o responsável pela viagem, mais do que inclusive o capitão ou o proprietário do barco, decidiu ir em frente. Isto se provou ser um grande erro. Os ventos eram contrários e o medo de naufrágio era tão grande real que tiveram que amarrar cordas em torno do navio para que não se despedaçasse (v.17). As coisas estavam muito ruins e todos perderam a esperança.

Depois veio uma segunda intervenção de Paulo. Ele disse a todos que um anjo de Deus lhe tinha assegurado de que iriam chegar a Roma e não haveria nenhuma perda de vida (vv.21-24). Isto deve ter sido um real encorajamento tanto para a tripulação quanto para os soldados. Isso também mostra que Paulo estivera orando pelas vidas dos que estavam a bordo do navio.

Duas semanas depois, porém, ainda sob tempestade, pareceu que a viagem iria chegar a um fim trágico. Os marinheiros estavam tentando escapar. Então, Paulo interveio novamente. E disse ao centurião que eles precisavam manter os marinheiros a bordo. E que todos deveriam comer para recuperar as forças. Devido à preocupação ou enjoo, ninguém tinha se alimentado adequadamente durante duas semanas. Comer novamente deu-lhes força para aliviar a carga do navio.

A última intervenção de Paulo não foi com palavras. Quando o navio atingiu a costa da ilha de Malta e começou a quebrar-se, os soldados estavam prontos para matar os prisioneiros para que nenhum escapasse, porque eles teriam que pagar por isso com suas vidas. Mas o centurião encarregado determinou-se a salvar a Paulo e, assim, todos os presos foram salvos. A vida de uma pessoa verdadeiramente piedosa pode fazer a diferença de vida ou morte para todos aqueles ao seu redor.

Ron E. M. Clouzet


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