domingo, 8 de junho de 2014

Lançado no poço - Jeremias 38



Lançado no poço
Koot van Wyk

Neste capítulo, vemos os últimos apelos de Jeremias aos líderes e ao último rei de Judá, Zedequias, no 11º ano do seu governo, imediatamente antes da queda de Jerusalém perante os babilônios (Jer 39).

Alguns príncipes (v. 1) ouviram Jeremias transmitir a mensagem do Senhor a todo o povo que o visitava no pátio da guarda: “Aquele que permanecer nesta cidade morrerá …; mas aquele que se render aos babilônios …viverá.” (v. 2 NVI). Sendo esta mensagem contrária aos interesses destes líderes (para que mantivessem suas posições de destaque) e céticos com relação à Palavra de Deus pregada por Jeremias, pediram ao rei que o condenasse à morte (v. 4) como se ele fosse o inimigo público número um, por enfraquecer os ânimos do povo para a guerra.

Zedequias adotou a abordagem de Pôncio Pilatos e deixou que esses líderes decidissem o destino do profeta (v. 5). Jeremias foi, então, lançado por eles no poço sem água existente no pátio da prisão para ali morrer de fome. O poço tinha muita lama no fundo e Jeremias afundou nela (v. 6).  Foi aqui, provavelmente, que nasceu Lamentações 3: “Cercou-me de muros, e não posso escapar; atou-me a pesadas correntes.” (Lam 3:7).

O Senhor, entretanto, não permitiu que Seu profeta ficasse naquela situação e moveu o coração de um compassivo oficial etíope (negro), chamado Ebede-Meleque (“Escravo do rei”, em hebraico), que, junto à porta de Benjamim contou ao rei do perigo pelo qual passava o profeta (v. 7, 8. Ver Jer. 37:13). O rei, temeroso de ser responsável pela morte de um profeta de Deus, voltou atrás e ordenou que o oficial etíope levasse consigo três homens (NVI) sob seu comando e libertasse Jeremias do poço, o que foi feito cuidadosamente utilizando cordas e trapos velhos colocados debaixo dos braços do profeta.

A pedido do rei, Jeremias se encontrou com Zedequias na terceira entrada do templo (provavelmente uma entrada particular do palácio para o templo). O rei, então, lhe perguntou se havia alguma palavra do Senhor para ele (v. 14) e secretamente jurou que não o mataria qualquer que fosse a mensagem (v. 15, 16). O rei demonstra aqui a sua fraqueza: apesar de acreditar que Jeremias tinha realmente a Palavra de Deus, teve medo de enfrentar abertamente a vontade e influência dos príncipes. Ele, os líderes e toda Jerusalém sofreram terrivelmente por esta hesitação.

Jeremias, então, repetiu a mesma mensagem que pregara ao povo e aos príncipes: resistir significaria condenação. Esta foi a última pregação de Jeremias a Zedequias. O rei temeu mais aos homens, líderes e desertores, que a Deus e Deus o entregou e ao povo ao único amargo remédio a que sua rebeldia os levara: o cativeiro babilônico. 

O rei tomou providências para que Jeremias ficasse fora do alcance das mãos dos que queriam matá-lo, desde que mantivesse silêncio quanto a suas últimas advertências (v. 24, 25). O profeta ficou no pátio da casa da guarda, até o dia em que Jerusalém foi capturada (v. 28).

Que triste destino de um rei e de um povo que não deram crédito às solenes advertências de Deus! Estamos nós, hoje, atentos à voz da Palavra de Deus, através do Espírito Santo, corrigindo nosso caminho e cultivando a comunhão com Deus?

“Querido Deus, quando a Sua Palavra causar um impacto em nós, ajuda-nos a agir de acordo com Suas exigências e não tentarmos modificar ou negar o papel contemporâneo da Sua Palavra para nossas vidas. Amém.”

Koot van Wyk
Coreia do Sul
http://www.palavraeficaz.com/                                                  

Nenhum comentário:

Mão salvadora

  Devocional Diário - Vislumbres da Eternidade 24 de novembro Mão salvadora Ele os tirou com mão poderosa e braço estendido, porque a Sua mi...