domingo, 2 de março de 2014

"Eis-me aqui" -Isaias 6

Refletindo em Isaias 6
"Eis-me aqui, envia-me a mim”
Pr. Albino Marks

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que disse: A quem enviarei, e quem há de ir por nós: Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim”. – Is. 6:8.

O profeta Isaías, ainda jovem, é chamado por Deus para uma obra tremendamente árdua, espinhosa. A nação vivia sob a ameaça de uma invasão Assíria. O rei Uzias, que reerguera a nação estava vivendo seus últimos momentos.

Possuindo um bravo e bem organizado exército, o rei Uzias reconquistou diversos territórios perdidos no passado. Reedificou cidades, reviveu o comércio fortalecendo financeira e economicamente a nação. Declara o relato bíblico que a “sua fama estendeu-se até a fronteira do Egito, pois havia se tornado muito poderoso”. – II Crôn. 26:8 – NVI.

A prosperidade material trouxe o declínio do poder espiritual e o serviço de adoração caiu para o formalismo. Desafiando a lei sacerdotal, Uzias tentou entrar no santuário “para queimar incenso no altar de incenso”. – II Crôn. 26:16 – NVI. Oitenta sacerdotes o repreenderam severamente e unidos se opuseram ao intento do rei. A ira enrubesceu as suas faces, que se julgara ultrajado em sua autoridade de governante temporal.

Súbito a testa do rei torna-se lívida, alva. A lepra começara a sua obra letal. O outrora forte líder político e militar, agora jaz proscrito e vivia isolado da sociedade. O futuro da nação mostrava-se negro e incerto.

Foi nestas circunstâncias espirituais, políticas e sócio-econômicas da nação de Judá que Isaías recebeu o chamado de Deus para desempenhar a tarefa de reconduzir o povo no retorno à submissão de Deus e de Seus princípios de conduta.

AI DE MIM – O longo e próspero reinado de Uzias chegou ao fim de maneira desalentadora sob a ação da lepra mortal. Justamente no ano da morte do rei é concedida ao profeta uma visão do trono de Deus em frisante contraste com as condições do declínio espiritual de Judá.

Serafins em reverente adoração exaltavam em permanente louvor a santidade e a glória de Deus. Ouve-se o triságio: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de Sua glória”. – Is. 6:3 – ARA.

“Contemplando Isaías esta revelação da glória e majestade de seu Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade de Deus. Quão saliente o contraste entre a incomparável perfeição de seu Criador, e a conduta pecaminosa dos que, como ele, havia muito foram contados entre o povo escolhido de Israel e Judá”. – PR. pág. 307.

A exclamação brota espontânea: ”Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”. – Is. 6:5 – ARA.

Quão descritiva é a linguagem do profeta: “Um homem de lábios impuros, povo de impuros lábios”. O rei morrendo de lepra era um espantoso símbolo da impureza da nação, num impressionante contraste com a pureza e majestade do Rei dos Céus.

Aterrorizado, Isaías humilhou-se até o pó, sentindo o terrível senso de culpa. “Ai de mim! Estou perdido!”, exclamou angustiado.

Praza aos céus que cada um nós, neste tempo de tanta depravação pecaminosa, sinta o poderoso impacto da mensagem da sanidade, pureza e glória de nosso Criador. Que humildes e contritos supliquemos perdão e purificação.

A TUA INIQUIDADE FOI TIRADA – A Almeida Revista e Corrigida traduz: “Ai de mim, que vou perecendo”. Contemplar a glória de Deus transmitia o senso de morte, porque o pecaminoso não pode subsistir na presença do santo e glorioso.

“Subitamente pareceu-lhe que o portal e o véu interior do templo eram levantados ou afastados, e foi-lhe permitido olhar para dentro, sobre o santo dos santos, onde nem mesmo os pés do profeta podiam entrar. Ali surgiu ante ele a visão de Jeová assentado em Seu trono alto e sublime, enquanto o séqüito de Sua glória enchia o templo. De cada lado do trono libravam serafins, as faces veladas em adoração”. – PR. pág. 307.

Sentindo a sua própria pecaminosidade e os pecados da nação, o profeta sentiu toda a sua insuficiência ante a grandeza do desafio de advertir os pecadores impenitentes e rebeldes, e não conseguia ver luz, como assumir o dever de comprometer-se com tamanha missão.

Mas um dos serafins trouxe uma brasa viva, e aos lábios do profeta foi aplicado o sagrado fogo do sublime altar do Céu, com a promessa: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”. – Is. 6:7 – NVI.

Que transformação maravilhosa se operou! Aquele jovem tímido, pequeno aos próprios olhos é revestido com poder divino. Ao ouvir o chamado: “Quem há de ir por nós?” Responde pronto: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. – Is. 6:8 – ARA. E exerce um longo e profícuo ministério de sessenta anos.

 “Através de sua longa e árdua missão ele levou consigo a lembrança desta visão. Durante sessenta anos ou mais ele permaneceu diante dos filhos de Juda como um profeta de esperança, tornando-se cada vez mais ousado em suas predições do futuro triunfo da igreja”. – PR. pág. 310.

 “Em pé, por assim dizer, na plena luz da divina presença do santuário, ele sentiu que se deixado a sua própria imperfeição e ineficiência, seria inteiramente incapaz de levar a êxito a missão para a qual havia sido chamado. Mas um serafim foi enviado para libertá-lo de sua angústia, e capacitá-lo para a sua grande missão”. – PR. pág. 308.

“EIS-ME AQUI, ENVIA-ME A MIM” – Tocado pela brasa viva e ardente do fogo do Espírito Santo, o profeta esqueceu todas as suas debilidades e incapacidades. Quando ouviu a voz do Senhor fazendo o chamado: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” O profeta não titubeou, não teve nenhum momento de incerteza e indecisão, mas respondeu determinado, decidido: “Eis-me aqui. Envia-me a mim!”

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus.” – Mat. 5:16

É agora, neste tempo de pecados ousados e de trevas espirituais que o mundo precisa ouvir o amoroso convite de Deus. Somos um povo que precisa testemunhar por palavras e por exemplo, somos um povo distinto, um povo que ama a Jesus. “É o Espírito Santo, o Confortador, que Jesus disse enviaria ao mundo, que muda o nosso caráter à imagem de Cristo; e quando isto é realizado, refletimos, como por espelho, a glória do Senhor”. – MM. 1974, pág. 244.

O CHAMADO DE ISAÍAS – Já analisamos as circunstâncias em que aconteceu o chamado de Isaías. Um rei que perdeu o senso de sua liderança espiritual e um povo envolvido pela impureza moral e a apostasia espiritual.

Nesse contexto as orientações de Deus podem ser compreendidas em dois sentidos. Deus está dizendo para o profeta que ele vai confrontar-se com um povo cujos ouvidos se tornaram surdos para ouvir a voz de Deus; o coração insensível para sentir as demonstrações do amor de Deus; os olhos cegos para ver as maravilhas operadas por Deus em seu favo. A este povo ele deve fazer o seu apelo para que retornem a Deus.

Em segundo sentido Deus está dizendo que a maldade do povo tornou-se tão grande que o fim como nação está próximo. Ele devia anunciar a ruína de Israel e Judá em conseqüência de seus pecados e sua infidelidade para com Deus. Ele proclamaria suas mensagens, mas elas não seriam entendidas. O coração estava endurecido, obstinado o ouvido.

Em verdade, Israel foi dominado pelos assírios já em meados do ministério do profeta, no ano 721 a. C . “Então o Senhor se indignou muito contra Israel e os expulsou da sua presença. Só a tribo de Judá escapou, mas nem ela obedeceu aos mandamentos do Senhor, o seu Deus. Seguiram os costumes que Israel havia introduzido”. – II reis 17:18 de 19 – NVI.

Esta talvez seja uma compreensão mais coerente das ordens de Deus em face das circunstâncias de dureza e rebeldia do povo.

A importante lição para nós é, como estamos reagindo ante as advertências dos mensageiros de Deus em nossos dias? Como estamos aceitando as orientações de Sua Palavra que “permanece para sempre”. – Is. 40:8.
( adaptado)
Fonte:http://igrejaadventista.org/licao-13-eis-me-aqui-envia-me-a-mim-o-profeta-isaias/


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