"Por que me abandonaste?"
Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” Mateus 27:46, NVI.
Embora na terra os homens zombassem e insultassem o Homem da cruz do meio, deixando apenas algumas mulheres a chorar, no céu a música cessou. O coração do Pai sofria com a angústia do Filho e os anjos olhavam com espanto para o enorme sacrifício que o amor divino estava disposto a fazer a fim de resgatar um mundo perdido.
Ao meio-dia uma estranha escuridão caiu sobre Jerusalém. Era como se a natureza inanimada, sangrando com o Seu Criador, lançasse um véu sobre Suas horas finais. Jesus ficou em silêncio por um longo tempo, e então soltou um terrível grito, "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"
Que aqueles que pensam que Cristo não poderia ter falhado reflitam naquele brado da cruz. Que aqueles que argumentam que, como Jesus era Deus, Ele sabia que tudo iria acabar em triunfo e assim Deus sofrimentos não eram reais também ponderem sobre aquele clamor. É o grito de uma pessoa abandonada por Deus, o grito de abandono, o grito de desespero.
E quando o diabo vier com suas seduções, quando os prazeres do pecado excitarem nossos sentidos e o caminho de Jesus parecer árduo e difícil, lembremos daquele grito lancinante em meio às trevas. Aquele brado lembra-nos para sempre quão terrível é o pecado e quão maravilhoso é o amor de Deus.
Jesus, que sempre desfrutara de comunhão ininterrupta com o Pai, agora se sentiu abandonado. Por quê?
"Sobre Cristo como nosso substituto e penhor, foi posta a iniqüidade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de que nos redimisse da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-Lhe sobre a alma. A ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniqüidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho. Toda a Sua vida anunciara Cristo ao mundo caído as boas novas da misericórdia do Pai, de Seu amor cheio de perdão. A salvação para o maior pecador, fora Seu tema. Mas agora, com o terrível peso de culpas que carrega, não pode ver a face reconciliadora do Pai. O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia, que Ele mal sentia a dor física".
"Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada. Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do homem, que tão amargo tornou o cálice que sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus" (O Desejado de Todas as Nações, p. 753).
ORAÇÃO
Meu querido Jesus. Seu sofrimento não foi em vão. Seu grito não passou despercebido. A minha súplica hoje é que me ajudes a também te amar com o mesmo amor que tens por mim.
Autor: William G. Johnsson
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