04 de Novembro
Caifás
Os que prenderam Jesus o levaram a Caifás, o sumo sacerdote, em cuja casa se haviam reunido os mestres da lei e os líderes religiosos. Mateus 26:57, NVI.
Eles vieram de noite, quando as pessoas que amavam a Jesus não estavam por perto, e o prenderam, levando-o amarrado até à casa de Caifás, o sumo sacerdote dos Judeus. Como Caifás ocupava o mais alto cargo religioso no país – na realidade ele era o representante de Deus perante o povo – Jesus podia ter certeza de receber um tratamento justo com ele, não é mesmo? Pense novamente.
Caifás, como todos os sacerdotes da sua época, pertencia à seita dos Saduceus. Eles eram racionalistas, aceitavam como inspirados apenas os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e negavam a ressurreição, a vida após a morte, e a existência de anjos. Jesus não esperava encontrar liderança espiritual em Caifás.
Na verdade, bem antes do tempo de Jesus o ofício sumo sacerdotal, o qual detinha um poder considerável, havia se tornado mais político do que espiritual. Candidatos ao cargo recorriam a esquemas ardilosos, conspirações, subornos, e até assassinados para obtê-lo. O ideal divino para o sumo sacerdócio há muito tempo havia sido rebaixado pelos detentores do ofício.
As poucas passagens bíblicas que mencionam Caifás sugerem um líder mais preocupado com a preservação do seu poder do que com a justiça. Quando o Sinédrio, perturbado pela agitação popular que a ressurreição de Lázaro por Jesus despertou, foi convocado para uma sessão extraordinária devido à crise, Caifás os aquietou com a observação cínica: "Vocês não sabem nada! Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído?" (João 11:49, 50, NTLH). Conveniência política – essa era a especialidade de Caifás.
"Caifás era um homem orgulhoso e cruel", escreve Ellen White, "dominador e intolerante. Havia entre suas ligações de famílias, saduceus orgulhosos, ousados, resolutos, cheios de ambição e crueldade, o que ocultavam sob o manto de pretensa justiça" (O Desejado de Todas as Nações, p, 539).
Embora Jesus tenha sido acusado perante os líderes do seu próprio povo, Seu julgamento foi uma farsa de justiça. Os membros do Sinédrio estavam tão ávidos para se livrarem de Jesus que puseram de lado as disposições da lei judaica destinadas a salvaguardar os direitos dos acusados. Eles reuniram rapidamente um tribunal tendencioso, convocaram Jesus para julgamento no meio da noite, e subornaram "testemunhas" para inventarem acusações contra Ele, "Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado" (Isaías 53:8, NVI).
No final do julgamento de Jesus perante Caifás, o sumo sacerdote rasgou as vestes simulando horror diante da alegação feita por Jesus de ser o Filho de Deus. Que jogo sujo em nome de Deus! Mas ao assim proceder, Caifás rasgou mais do que a sua roupa – cerca de 12 horas mais tarde Deus rasgaria em dois o véu do templo e Israel deixaria de ser o povo escolhido.
ORAÇÃO
Senhor, faze de mim um defensor da justiça. Que a minha influência seja colocada ao lado da verdade e a favor dos inocentes.
Autor: William G. Johnsson
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